RESIDENTE (BZRP Music Sessions #49) (tradução)

Original


Residente

Compositor: Residente

[Capítulo 1]

Tô um pouco inquieto observando o gênero hip-hop
Só com os olhos pra fora, tipo um crocodilo no rio Nilo
Acertando umas contas pendentes antes do Milo chegar

Sentando numa cadeira debaixo da sombra, de camiseta
Com o cachorro mordendo meus sapatos
Arrotando tortilhas e tostadas com manteiga
Apontando pro horizonte com um rifle sem mira

Enquanto falo sozinho tipo o Don Quixote
Com espuma de cerveja no bigode
Esperando que esses cachorro-quentes saiam do camarote
Tipo um caroço, antes que o bote deles afunde

Mas como sempre, a merda sai pra todo lado
Estou pronto pra ir com tudo pra cima desses politiqueiros até o cartucho acabar
Hoje eu detono com esse marketing rídiculo deles
Igual quando derrubamos as estátuas do Cristóvão Colombo

Eu quebro esses ferros velhos
Tipo roqueiro nos anos 80 quebrando sua guitarra
Com o Resi, você se suja
Até meus versos ficaram alcoólicos
Porque estão cheios de teor

Eu venho do calor
Lá de Trujillo, se rufam os tambores nas ruas, ro-po-pom-pom
Não tem discussão, até meu mano Don
Sabe que no rap tem só um King Kong

Mandando brasa, isso aqui é White Lion, sem brincadeira
Tipo nos tempos do Voltio com o Tego
Você e eu não somos iguais
Não acredito nas estrelas das plataformas digitais
Nem nos seus anúncios de glacê
Nem nos seus stories do Instagram
Dolce & Gabbana e Cartier
Só acredito no meu nível
E no grafite do meu lápis deslizando em cima do papel

Faço isso pra me divertir
Pra me divertir, pra me divertir
Faço isso pra me divertir
Pra me divertir, pra me divertir

Como já estou de saída
Vou levar uns comigo antes de ir

[Capítulo 2]

Hoje vou foder a indústria da fama
Até quebrar as molas da cama
Enquanto minha rima se derrama, eu os fodo sem pijama
Vertical e horizontal, tipo palavra-cruzada

Nas batalha de rap, sou o terror dos terrores desta era
Pra esses perdedores, as primaveras não são mais coloridas
Porque onde mando uma rima inteligente, não cresce mais flores

São artistas de quinta
Que escrevem menos que uma caneta sem tinta
Quando me veem, entram em decomposição
Ficam pálidos tipo os dentes das mentiras que eles usam

Quando avistam o boné com a letra R
O palco todo começa a cheirar a granja de roça
Porque esses rappers, de tantas mentiras, viram frangos
Diante da minha rima, quando coloco disciplina, tipo na China
Minha retina só vê cabeças rolando pela colina
Estilo revolução francesa com a guilhotina
Queimando vitrines, vou com tudo, vou pra cima
Com uma garrafa, um pano e gasolina, tipo na Palestina
Faço isso fácil, tipo descascar tangerina
Confortável, tipo um assento reclinável
Sou Correa, Báez e Lindor, dose dupla como rotina
Isso aqui não é por Instagram, isso se resolve no estúdio

Eu detono eles mesmo amarrado dos pés a cabeça
Cantando música infantil, pulando corda
Não tem descanso pra perdedor
Se eu jogar eles tudo num liquidificador, vira uma batida de merda

Pra dois minutos de música, eles têm vinte autores
Até os motoristas são compositores
Quinhentos dólares num ingresso, meus senhores
Pra ficar pulando igual um moleque cheio de cores

O Auto-tune e o playback ligado
Esses otários cantam até com o microfone desligado
Você não pode ser a liderança, campeão dos campeões
Se escreveram pra você todas as porras das suas canções

Um cachorro-quente bem feito é gostoso
O problema é que quem cozinhou foi esses mentirosos
Esses trouxas são gulosos
Não trazem nem o prato até a mesa e ainda leva a gorjeta do garçom

E nem sentem vergonha, isso é vergonhoso
As abelhas fazem mel, mas estão comendo o osso
Não dá pra comprar respeito por ser talentoso
Uma coisa é ser artista, outra coisa é ser famoso

Ah, tá precisando fazer uma limpeza
Muito delírio de grandeza, pouca destreza
Isso só tá começando
E eu ainda tô só na minha primeira cerveja

Faço isso pra me divertir
Pra me divertir, pra me divertir
Faço isso pra me divertir
Pra me divertir, pra me divertir

Como já estou de saída
Vou levar uns comigo antes de ir

[Interlúdio - Residente e Gabriel Cabra]

Gabriel, tá bom assim?
Hmm, mano, tá uma merda, pra ser sincero
Mas se você mandar um papo pro J Balvin, talvez eu curta
Ah, não, o J Balvin não, mano
Esse cara é um lerdo
Mas beleza, bora

[Capítulo 3]

Vou me rebaixar com esse lerdo
Que canta Bob Esponja e Pokémon
A cópia de um clone, o Logan Paul do Reggaeton
Isso é mais podre que ejacular sem ereção

Como falam por aí
Josezinho, não vem da quebrada, por isso o flow dele é mais suave
Com um vídeo só eu enterro esse bezerro
E faço ele postar fotos do cachorro dele

Esse covarde, cordeirinho recém-nascido
É tipo um café da manhã vegano, não tem os ovos
O povo na luta, gente morrendo
E o cara postando foto do Ghandi rezando

Moleque mentiroso, finge ser religioso
Usando da saúde mental pra vender documentário
Você é mais falso que cachorro-quente sem ketchup e sem pão
Mais falso que o abdômen do Luian

O mano é tão inseguro
Que tem que ficar anunciando no Instagram quanta grana ganha
Não entende os valores da vida
Precisa tatoar a palavra lealdade porque esquece dela

É um imbecil de cabelo colorido
Que colocou mulheres negras com coleira de cachorro no pescoço
Um branquelo que perdeu o rumo
Ficando de boas recebendo seu prêmio de afro-latino

Um dia falou que queria fazer reggaeton, sendo sincero
Ao descobrir que o Daddy Yankee era branco
Parcero, o pior de tudo e o mais grave
É que esse moleque é racista e nem sabe

A história vai te dar um tapa na cara em nome de todos que, humilhados, colhiam algodão
E outro tapa em nome de todos os que tiveram que lutar o dobro dentro do reggaeton

Myke Towers, Sech, ChocQuibTown, Rafa Pabön
Don Omar, Ozuna, Arcángel, Tego Calderón
São vários que, sem pensar, te coloca num caixão
No seu arco-íris de cores não exite a cor marrom

Um sacrifício, esse branquelo mauricinho
Ainda não entendeu a porra do privilégio que tem
Mas o que esperar desse fracassado?
Criado pelo seu papai, um influenciador frustrado

Em Porto Rico, pra que sucedesse no reggeaton
Levou mais leitada que camisinha
Por cada mamada, subiu uma escada
Cada dia disfarçado de uma cor diferente, tipo camaleão

O que o Rubén falou, o Residente concorda
Mesmo que ele mude de cor, eu sempre sei de onde ele vem
Os camaleões olham pro seus próprios umbigos
São parceiros até de seus próprios inimigos
O que não falta é testemunha

Negócios são negócios, patrão
Nos negócios não existe amigos
Meu lance não é negócio, somos diferentes
Na música, eu coloco meu coração em primeiro lugar
Meus anúncios sustentam pessoas
Junto com minhas letras, nas faixas pra derrubar um presidente

Não sou o mais famoso do círculo
Mas parto em vinte o seu rapper favorito
O que eu falei em Calma Pueblo, vou repetir
Eles comem na minha mão, mesmo sem apetite

Não tô fazendo isso pra aconselhar
Nem pra te humilhar, mesmo que seja fácil
Hoje eu te esfolei
Pros que compraram a camisa do cachorro-quente, se sentirem uns moleques otários

Isso aqui é pra rapazeada
Pro respeito que quem compõe merece ter
Os Fórmula 1 só estão passeando, não correm
Porque acabei de dominar essa faixa
Ah!

Faço isso pra me divertir
Pra me divertir, pra me divertir
Faço isso pra me divertir

Pra me divertir, pra me divertir
Faço isso pra me divertir
Pra me divertir, pra me divertir

Como já estou de saída
Vou levar uns comigo antes de ir

Bem, meio que já acabei com eles

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